fbpx

Espaço se consolida como referência na ocupação urbana

Por Irlam Rocha Lima
Fonte: Correio Braziliense

O Aparelinho mudou este ano do Setor Bancário para o Setor Carnavalesco Sul
(foto: Nina Quintana/Divulgação)

Durante a folia, o Setor Comercial Sul passa a se chamar Setor Carnavalesco Sul. Essa mudança tem uma justificativa: há dois anos, aquela área na região central de Brasília é o local que tem acolhido o maior número de blocos – as principais atrações desta festa na cidade – e, consequentemente, expressivo contingente de seguidores.

Em 2020, aquele espaço consolida-se como principal referência de ocupação urbana por eventos culturais, e pessoas de diferentes idades e gêneros. Idealizado por Caio Dutra, Felipe Velloso e Ian Viana, o Setor Carnavalesco Sul foi implantado em 2018 e, desde então, registra crescimento surpreendente.

“Na primeira edição desta plataforma, houve a participação de oito blocos e 10 mil pessoas. Em 2019, triplicou o número de blocos e sextuplicou a presença dos foliões”, destaca Caio Dutra. “Neste ano, vamos receber nada menos do que 50 grupos e a expectativa é de reunir algo em torno de 110 mil festeiros”, acrescenta.

Ligado ao carnaval desde criança, quando brincava nas matinês do Iate Clube, Dutra diz sentir-se orgulhoso por contribuir para a revitalização da festa de Momo na capital. “À frente dessa empreitada, Felipe Veloso e Ian Viana e eu formamos uma equipe de 20 pessoas, responsáveis por diversas atribuições. A parte social fica por conta da contratação de pessoas em situação de rua para cuidar da limpeza do local”, frisa.

Para o produtor, quando Brasília completa 60 anos, é importante consolidar a cidade também como referência em carnaval, a maior festa da cultura popular brasileira. “Uma outra iniciativa nesse sentido foi a adesão do Setor Carnavalesco Sul às campanhas Folia com respeito, Não é não e Carnaval de Todas as Cores, contra situações de violência e assédio. A festa vai ocorrer entre as quadras 1 e 5 só Setor Comercial Sul, de amanhã a terça-feira próxima, das 21h às 23h, com cortejos e apresentações em quatro palcos.

O Aparelhinho, que em 2018 migrou do Setor Bancário Sul para o Setor Carnavalesco Sul, neste ano, desfila na segunda-feira, das 11h e 16h.“A criação deste novo polo foi importantíssima para o carnaval brasiliense. O Setor Carnavalesco Sul oferece ótima estrutura e boa organização para os cortejos e as apresentações em palcos”, elogia o cantor, DJ e produtor musical Ops, que divide a cena com os DJs Barata e Pezão, do Coletivo Criolina. “Nosso desfile neste ano terá seis horas de duração e, como de hábito, vamos fazer um passeio por ritmos de diferentes regiões do país, da América Latina, Jamaica e África”, complementa.

O Bloco das Sereias Tropicanas é uma das atrações da festa: espetáculo cênico-musical (foto: Humberto Araujo/Divulgação)

Sereias Tropicanas, que surgiu em 2019, logo na estreia teve uma multidão a acompanhá-las. O bloco tem o suporte de uma banda de 11 músicos, quatro DJs, tocando axé dos anos 1990. “Somos um bloco LGBT+ que faz um espetáculo cênico-musical a partir do tema Quem não acredita em sereia não conhece os segredos do mar, com direito a performances de drags queens”, explica o produtor Guilherme Almeida. A apresentação será na segunda-feira, das 16h às 23h, no Palco 24 do Setor Carnavalesco Sul”, adianta Guilherme Almeida, um dos diretores do bloco.

Uma das estreias na folia de 2020 é a do Bloco do Rafinha, que, sobe ao palco na segunda-feira, às 15h. “Tenho 33 anos e trabalho com música há duas décadas, trabalho. Já fui a vários carnavais em Brasília e sempre senti falta de ouvir repertório bom e variado. Quando criei o bloco, quis trabalhar em cima disso”, comenta Rafael Rezende. “O nosso repertório traz de Ivete Sangalo a Offspring, de Geraldo Azevedo a Red Hot Chili Peppers”, antecipa.